[Crônica da cobertura XII FAO, Manaus, 2008]
Sobre pessoas que cruzam o céu do país, fazendo da paixão lírica também seu objeto de trabalho
Chega o mês de abril, época em que tradicionalmente se inicia o Festival Amazonas de Ópera. Mas antes disto muita gente está, há meses, em intensa labuta, ensaiando, administrando, regendo, costurando, tocando, iluminando, enfim, trabalhando por tudo aquilo sem o qual uma produção operística não pode existir.
Porém, paralelamente ao pessoal que está diretamente envolvido com as óperas, há também aqueles que fazem dela seu objeto de trabalho, mas que neste caso consiste em observar, comparar, estudar, entender, refletir, explicar e, por fim, escrever sobre tudo o que está acontecendo no palco e em seu entorno. Sim, caro leitor, trata-se do trabalho dos jornalistas e/ou críticos, que como aves migratórias, preparam suas trouxas e saem de seu habitat natural rumo aos ares quentes e úmidos da Amazônia.
E como é comum com as aves migratórias, elas sempre saem em bandos, e este ano não foi diferente, com várias delas partindo juntas da vertiginosa Sampa rumo ao Norte. O bando já foi maior, mas mesmo reduzido, está fortemente representado por nomes como o de Nelson Kunze, editor-chefe da Revista Concerto, que há anos acompanha in loco o desenvolvimento dos mais diferentes eventos musicais em todo país. Também integrante do bando é João Luiz Sampaio, repórter do Estado de S. Paulo cuja paixão pela ópera foi se agigantando em sua vida. "Don Carlo" que o diga! Em estado de pura concentração estava Irineu Franco Perpetuo, crítico musical e tradutor que em pleno vôo estava a labutar mais um artigo para um dos veículos que colabora (Folha de S. Paulo, revista Bravo!, etc.). "Sensacional!" ;o)
Tinha também este que vos escreve, mais uma ave neste bando que, finda a estação de ópera, tem a satisfação de voltar para o seu habitat e falar para quem queira ouvir que a música é possível em qualquer lugar que realmente se queira, pois afinal, se "tudo vale a pena, se a alma não é pequena", tudo é possível para quem não acredita no finito. E amante da ópera que se preze jamais acredita que tudo acaba com o cair do pano...
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