Uma ópera de um compositor brasileiro, cantada em italiano cuja história é ambientada no Usbequistão do século XVII. Esta é visão geral do espetáculo que estreou sexta-feira passada no Theatro Municipal de São Paulo: a ópera “Condor”, do compositor campineiro Antônio Carlos Gomes.
Com a Orquestra Sinfônica Municipal (OMS) sob a regência do maestro Luiz Fernando Malheiro, esta temporada paulistana do “Condor” é, na verdade, a oportunidade do público paulista assistir a um espetáculo que foi apresentado em 2002 no Teatro Amazonas (Manaus), no qual Malheiro é diretor artístico de seu festival de ópera.
Com um cenário minimalista que destoou do figurino utilizado para caracterização do Usbequistão maometano (o condor do título não se refere ao pássaro andino, mas sim a um guerreiro) a produção é uma excelente oportunidade de se conhecer uma das mais interessantes partituras de Gomes, na qual é presente a influência de diversas escritas operísticas então em voga no final do século XIX.
Apesar de alguns pesares com o elenco vocal e com a própria OMS, nada diminui o interesse deste espetáculo que leva ao palco esta singular obra do mais importante compositor operístico brasileiro.
[Publicado originalmente na Gazeta Mercantil. Versão sem cortes, sem edição, sem revisão!]
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